sábado, 25 de maio de 2013

Silêncio

As letras me fundem e confundem. 
Há momentos em que me faltam delas as combinações.
É vindouro o silêncio da caneta, do teclado.
Mas a alma não emudece, tampouco o coração.
Inquietude que traz o silêncio, a mesma o desfaz.
Inquietude pela inquieta branquidão.
Cessa.
Ouve-se o som dos teclados.
Escrevo. Vivo.

segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

Adeus a 2012


‎2012 foi um ano surpreendente!
Começou com muita dor e eu já esperava que fosse ser no estilo tenebroso de 2011, mas não. 2012 chegou sem jeito, me fez sofrer no início, mas logo começou a conquistar meu coração e demonstrar que tinha boas intenções comigo. E, assim, me presenteou com as rosas mais perfumadas, com os chocolates mais saborosos, entre outros presentes incríveis. 2012 me concedeu coisas que muito pedi e outras que nem sonhava em ter.
Com 2012, sorri, chorei, amei, cantei, sambei, estudei, trabalhei, me despedi, me apresentei, senti saudades, perdi, ganhei, me decepcionei, me surpreendi, rezei, li, mergulhei fundo e vivi.O que posso concluir é que, apesar das dores que sempre irão existir, amei ter conhecido e me envolvido com 2012!!! Porém, nosso relacionamento acaba hoje. E que venha meu novo (ím)par, 2013! O que desejo é que os acertos de 2012 se repitam e que os erros do mesmo fiquem pra trás.
Desejo Deus, saúde, amor, família, amigos de verdade a mais, quilos a menos e, principalmente, que eu seja uma pessoa melhor!!!
Feliz ano novo, todo mundo!!! Que seja um ano 2013 vezes melhor! :)

segunda-feira, 24 de dezembro de 2012

Conto de Natal

   Lia chega à casa dos avós para esperar Papai Noel chegar com seu presente. A família inteira está lá, reunida. Lia brinca com seus primos enquanto os adultos comem, bebem e escutam o cd da Simone. Aquele tio barrigudo de gorro vermelho na cabeça não larga o copo de cerveja e só sabe repitir Ho, ho, ho! Feliz Natal! o tempo todo.
   A menina pergunta a todo instante à sua mãe o que será que o bom velhinho vai trazer de presente pra ela. Comportou-se tão direitinho durante as últimas semanas em que soube que o Natal estava próximo pra não correr riscos de não ganhar sua bicicleta rosa da Barbie. Ela se lembra muito bem de no ano passado ter pedido um carro e Papai Noel ter trazido um de brinquedo. Ficou bastante aborrecida com ele e, dessa vez, pediu uma bicicleta pra não haver equívocos.
   De repente, há barulhos no telhado. Parece que alguém anda lá em cima. Lia acha que é seu primo fazendo suas artes, mas sua mãe logo chama a menina para ver se não foi o bom velhinho quem chegou. As duas correm para a sala junto com todas as outras crianças e lá estão diversas caixas de presente com os nomes de cada um. Lia olha para sua mãe encantada. As duas se abraçam bem gostoso e a menina corre para abrir seus presentes primeiro que as outras crianças.
   Feliz Natal!

*****
   Em frente à estação das Barcas, na praça XV, Mariana e Jeferson escolhem o melhor pedaço de papelão para se deitarem e ficarem espiando o céu essa noite na esperança de ver o Papai Noel passar em seu trenó. Vai que ele joga um brinquedo pra eles ou pelo menos uma daquelas comidas de Natal que só veem nos encartes de supermercados!? 
   Enquanto isso, Fábio passa apressado por entre as ruas da cidade, pois teme perder a última barca em direção a Niterói, onde irá passar a noite com sua família. O rapaz não contava que seria liberado do trabalho tão tarde e precisava correr para chegar a tempo. Não pôde sequer comer algo, visto todo o trabalho que tinha que realizar para alcançar a meta do dia. Com isso, mal conseguia suportar o cheiro das rabanadas que levava consigo sem ter um desejo enorme de violar a embalagem feita na padaria e comer umazinha sequer. Ninguém ia dar falta mesmo, não é!?
   Em meio à correria do momento, Fábio escuta uma voz de criança chamar por ele e olha para trás, curioso, tentando descobrir de onde vem aquele chamado.
   - Aqui no chão, tio. - diz Jeferson
   - Oi, menino! Estou com muita pressa e não tenho dinheiro... - ia dizendo Fábio quando foi interrompido pela menina
   - Nós só quer saber que hora papai Noel passa no céu. Os adulto são tudo amigo dele, então, você sabe, né!?
   - Não, menina. Só sei que tenho hora e não posso perder a barca. - diz Fábio e começa a andar quando ouve Mariana dizer ao seu irmão
   - Poxa vida! Será que esse ano, outra vez, papai Noel vai esquecer da gente porque está muito ocupado? Todo ano ele está ocupado com as mesmas crianças e a gente fica sempre aqui olhando pro céu, esperando por ele e nada.
   - O pior é esperar com essa fome toda! Mamãe já saiu há dias dizendo que ia trazer comida e não volta. - lamenta o menino Jeferson
   Alguma coisa faz com que Fábio pare no mesmo instante, volte e ofereça aos dois irmãos a sua rabanada. Os dois se levantam do papelão num sobressalto, pegam a bandeja da mão de Fábio e devoram aquelas rabanadas com paixão. Fábio se levanta e continua seguindo seu caminho quando ouve novamente as crianças chamarem-no e dizerem:
   - Tio, diga ao papai Noel que adoramos o presente. Não disse que os adulto é amigo dele? Valeu!
   Fábio escuta o sinal da barca e percebe que perdeu a última partida, mas sorri.
   Feliz Natal!

*****

   Um casal de namorados acaba de sair da Missa do Galo e segue em direção à casa de seus familiares. A rua está deserta, mas precisam seguir a caminhada para não chegarem depois da ceia.
   De repente, avistam dois homens magros e altos vindo em sua direção bem rápido. Ambos se assustam e resolvem entrar na próxima rua e começam a correr. Logo em seguida os dois caras também entram na rua e continuam andando e rindo como se fosse deles.
   Aflitos permanecem correndo até que, na próxima esquina, um terceiro homem aparece, pega a moça pelo pescoço e a faz de refém pedindo ao rapaz que passe tudo o que têm. O rapaz passa carteira, relógio, e cordão enquanto os homens tiram todos os objetos de valor de sua namorada. Entretanto, ele se lembra do celular que está guardado por baixo da bermuda e que custou uma pequena fortuna há poucos meses atrás. Resolve não mexer no celular.
   Tendo tirado tudo o que queriam, a menina implora que a soltem e deixem-nos ir embora. Os homens a derrubam no chão e começam a correr quando escutam o barulho de um toque de celular. Olham para trás e veem a luz na bermuda do rapaz enquanto este, de costas, abraça a namorada no chão.
   Ouve-se três disparos. O filho mais velho do chefe do tráfico ganha um celular de última geração de presente de Natal.
   Feliz Natal!

*****

   Uma mulher e seu marido viajam há dias e sentem fome e sede. A mulher está grávida e percebe que é o momento de ter seu filho. Batem de casa em casa quando a uma encontram, mas ninguém os deixa entrar. No caminho, há um estábulo e o homem deixa sua esposa ali com os animais enquanto procura lugar. Ao ouvir um choro de neném, volta correndo e encontra ali sua esposa com a criança já em seu colo e os animais à sua volta.
   E eis que surge o Natal!

   Feliz Natal!

domingo, 19 de agosto de 2012

Pior que não saber voar

E quando a Borboleta se sente perdida? Voa, voa e não encontra destino. Parece que todos os caminhos se esqueceram dela. Parece que nunca soube deveras voar.
E quando a Borboleta se sente fracassada? Depois de planejar voos incríveis, percebe que findaram em um repente assustador. Imaginava trajetos diferentes, mas não teve escolha. Parece que nunca soube deveras voar.
E quando a Borboleta se sente sozinha? Sempre gostou de voar acompanhada. Seus voos mais bonitos sempre foram junto de alguém. Mas, de repente, olhava pro lado e ninguém mais havia. Sera que errara o caminho? Parece que nunca soube deveras voar.
E, então, a Borboleta se sente angustiada. Nenhuma lagrima sequer derramada. Olha pra si mesma e vê-se culpada. Pior que não saber voar, sente que nunca deveras aprendeu a amar.

sexta-feira, 13 de julho de 2012

Divulgando: "Condenáveis - Uma História de Filho e Pai"


   Lançado no mês de junho, o livro "Condenáveis - Uma História de Filho e Pai" traz um olhar novo sobre relações entre pais e filhos (que talvez nem sejam tão novas assim). Pra quem espera uma história de família dos comerciais de margarina, irá encontrar relatos de conflitos, desconforto entre esses ditos Condenáveis.
   Nessa história autobiográfica, Leonardo Torres conta um pouco de sua relação nem um pouco afetuosa com seu pai. Relação esta que se tornou ainda mais difícil depois da prisão do pai por formação de quadrilha, entre outros. O autor relata momentos de sua infância, adolescência e fase adulta e nos convida a refletir sobre nossas relações. Afinal, seriam os laços sanguíneos capazes de nos unir por si só?
   Indico essa excelente leitura a pais, filhos e toda a família!

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SINOPSE

   Ele descobriu que o pai havia sido preso através de um programa de TV. No início, sentiu culpa e vergonha por acreditar ser filho de um criminoso. Depois, raiva e aversão. Tudo o que queria era distância.
   Policial civil conhecido pelo combate ao tráfico de drogas, o pai foi acusado de venda de armas e repasse de informações sigilosas a traficantes procurados no Rio de Janeiro. Era a chamada Operação Guilhotina, que ocupou os noticiários nacionais em 2011.
   Estudante de Jornalismo, o filho tinha pânico que os colegas de trabalho descobrissem sua descendência. Nunca pensou em visitar o pai na cadeia ou em telefonar para ele após sua libertação. O filho condenou o pai e, neste livro, explica o porquê.

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LEONARDO TORRES


   Jornalista com foco em cultura, escritor independente e blogueiro despretensioso. Atualmente, escreve para o site POPLine, cursa a pós-graduação de Jornalismo Cultural e está lançando o livro "Condenáveis - Uma História de Filho e Pai".
   



O livro está a venda através da página www.falaleonardo.com/livro. Vendas do livro impresso ou e-book.