quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Uma visita ao presépio da Mãe


Hoje eu resolvi conversar com a Mãe de Jesus. Ela tão doce, linda e repleta do Espírito Santo. Estive diante da grávida mais bonita e perfeita que existiu e há de existir. Com meu olhos marejados, aproximei-me dela que, com seu amor de Mãe, envolveu-me em seus ternos braços. Uma lágrima saltou dos meus olhos e, em um desespero súbito, dei um grito de angústia. Angústia esta causada pela falta.
Olhava para Maria, ali, acompanhada de José, esperando o nosso menino. Diante daquela linda família, lembrava-me de minhas anteriores esperas pela chegada de Jesus. Eram todas na casa do vô Gino (meu Jesus sempre presente) e era o único dia do ano em que certamente a família inteira estaria reunida. Afinal de contas, o Menino ia chegar e precisávamos viver aquele momento juntos.
Eu era sempre tão orgulhosa da minha família nos Natais. Via meus primos chegarem sempre com seus pais e irmãos, quando os tinham. Passavam o Natal com a família materna ou paterna. Eu não. Tinha muito orgulho de meus avós e meus tios maternos passarem o Natal conosco na casa de minha família paterna. Eu era uma privilegiada. À espera do verdadeiro Amor, tinha ao meu redor as pessoas que eu mais amava. E era festa!
Sabe toda a festa que faço em meu aniversário? Era bem parecida a festa para a espera do Menino. Família toda reunida, muitos presentes para as crianças, Simone intercalada com samba-enredo, forró, Claudinho e Buchecha e Xuxa para as crianças, muitos abraços, sorriso, amor, comidas gostosas e orações em agradecimento ao Menino por estar conosco mais uma vez. Ninguém ia dormir meia-noite. Na verdade, a verdadeira festa começava ali, pois o Menino chegou para deixar nossa noite completa.
E o riso fez-se pranto. Lembrei-me do agora. De quantas personagens faltam no presépio do meu Natal. Não há mais aquele sorriso sincero. Não há mais família completa. Natal representava união. Hoje vejo a separação. Ao chegar o Menino, apenas abre-se a porta para que Ele entre. Boa noite, Menino. As luzes se apagam na cidade e em minha casa. Alguns até colocam o Menino para dormir e preocupam-se mais com os presentes, a bebida.
Olho novamente para a doce Mãe e peço para ficar ali com ela. Talvez, ali, o Natal torne a ser feliz pra mim. Dói em meu coração desejar aos outros um FELIZ Natal sem saber nem mais o que isso significa. Sinto-me tão antitética ao, por telefone, desejar ao meu pai um feliz natal em meio às lágrimas. Não encontro sentido em desejar um Natal repleto de coisas boas aos amigos enquanto o meu Natal parece vazio.
A Mãe sorri, afaga meus cabelos e pega em minha mão. Com ela, acaricia o Menino e me faz lembrar de como está o presépio dela também. Não tem seus pais, nem os de José. Não tem conforto. Tem medo. Mas eis que tudo isso torna-se menos importante quando chega o Menino. Maria olhou em meus olhos e, sem dizer uma palavra sequer, mostrou-me que, mesmo que meu presépio não esteja completo, ela e o Menino jamais se ausentarão dele.
Não. Não enxuguei as lágrimas e saí saltitante contando pro mundo inteiro que o meu Natal será o mais feliz do mundo outra vez. Ao voltar do meu encontro com a Mãe, continuo trancada em meu quarto para que, ao virem as lágrimas descontroladas, ninguém me veja e se angustie por elas. Continuo desejando que, um dia, o meu presépio, mesmo sem algumas personagens que já viraram estrelas-guias, torne a ser um presépio completo e feliz. A grande diferença depois do encontro é que, a cada lágrima que salta de meus olhos, eu peço mais ardentemente que a Mãe e o Menino fiquem comigo e não me deixem sentir vazia e incompleta.
A todos, um bom [re]encontro com o Menino! Ah! E não se esqueçam de deixar a porta aberta para a Mãe também entrar. O Menino precisa dela e nós também.

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