quinta-feira, 13 de outubro de 2011


Durante esta semana cinzenta e barroca que estou tendo, às vezes, procuro loucamente por algo que ocupe minha mente e me faça sentir melhor (além de ler "Os sete"... rs). Nessa busca, hoje, encontrei duas caixinhas no meu armário com bilhetinhos que recebi dos meus amigos durante longos anos e não havia melhor terapia para alguém que está se sentindo só do que ler palavras doces a seu respeito. Pensando assim, fui lendo um por um, mas muitos eram de épocas muito passadas e que só me faziam sentir mais só e BARROCA. rs Então, resolvi fechar aquela caixinha e pegar a que estava ao lado. Era uma caixa feia, de guardar sapatos, rasgada, velha e azul com um grande detalhe amarelo (credo!). Talvez por isso eu tenha decidido por abrir a outra mas, como as aparências sempre nos pregam peças, era na caixinha feia que eu iria encontrar uma espécie de alívio.

Nesta caixinha não haviam muitos bilhetinhos de amigos e, sim, muitos convites de aniversário, casamento, etc. Nessas horas é que a gente para e se questiona sobre o por quê de guardar tanta tralha. Me senti minha bisavó, que guardava até embalagem de sabonete "Alma de Flores" pois dizia dar um cheiro mais agradável ao seu guarda-roupas. Enfim... Em meio a tantos convites que, em seguida, iriam parar na minha linda lixeirinha rosa e lilás, encontrei uma carta-metro. Ao olhá-la, me peguei rindo e lembrando do quanto sonhava em ter uma carta daquelas e lembrando, também, de como a recebi.

Era meu 18° aniversário \o/ (a propósito, faltam 3 meses e 22 dias p/ o próximo) e meus amigos da faculdade "me juntaram" na sala da minha casa para me dar um presente de aniversário. Eu, toda boba, estava esperando pelo presente que, como de costume, deveria ter algumas palavras (mesmo que poucas) de cada um com suas respectivas assinaturas e, de repente, me vêm eles com um cartãozinho que mais parecia um cartão telefônico daqueles de orelhão que tinha escrito apenas "Beijos da Galera de Letras". Qualquer um que olhasse para mim naquele momento, seria capaz de perceber minha tamanha decepção... Mas, como eu sei que eles me amam muito, em seguida, me entregaram A CARTA-METRO. Não sei o que mais me deixou feliz naquele momento. Não sei se foi o fato do meu presente não ser apenas aquele cartãozinho do Piu-piu ou se foi por ter ganhado, pela primeira vez, uma carta-metro (e acho que, até hoje, eles não sabiam que eu sonhava em ganhar uma daquelas).

Após me recordar deste fato, saboreei, num momento de felicidade, cada letra escrita pelos meus amegos letreiros e, quando estava quase terminando, percebi que cairam algumas folhas e, numa delas, estava um poema entitulado "Carta à amiga Lívia". E é este que eu irei partilhar com vocês hoje. Por quê escolhi este? Não. Os outros não eram menos importantes, nem menos bonitos, nem de pessoas menos amadas do que o autor deste poema. Apenas o escolhi hoje porque foi ele que me fez sentir o que eu buscava. Porque este poema não era, apenas, de felicitações pelo meu dia, mas era um poema sobre mim; sobre uma Lívia pouco conhecida até então, mas uma Lívia que existia... Existia na mente do poeta e, talvez, até exista um pouco dela na vida real. Resolvi colocar este poema aqui hoje também porque foi uma das poucas coisas que me fez escancarar aquele sorriso prototípico da minha árvore genealógica e que foi escrito por alguém, repito, não menos amado do que os outros mas, afirmo, por alguém que talvez nunca tenha ouvido (ou lido) de mim que é tão amado quanto os outros. E que fique aqui registrada a minha gratidão a este ser cor de **** por sua amizade, por ser flamenguista, por suas palavras e por me fazer sorrir mesmo quando não está por perto.

Eu também amo você, Rô de Oliveira! Assim como amo cada um dos que me fizeram sentir melhor hoje por não estar sozinha; por estar com as palavras deles. Me perdoe se nunca deixei isso claro, mas é por isso que Deus nos permite viver novos dias, né!? Para fazermos aquilo que deixamos de fazer ontem... =)

Bom, chega de me ler por mim... Me leiam agora por Rô de Oliveira... hehehe


"Carta à amiga Lívia

Até então desconhecida,
Até sua boca dizer 'Lívia'
Se fazia indiferente
Como uma Clara ou Maria,
Do tipo que passa e não se sente

Agora, por colega se postava,
Como teu nome já sabia
E contigo conversava
O que tua boca não dizia
Teu sorriso revelava
Pessoa maravilhosa que escondia
Enquanto por desconhecida se postava

Um sentimento que cresce
Como não imaginaria
Confiança e sinceridade
São regentes da harmonia
Alicerces de nossa amizade
E, por fim, eu lhe diria: 'Continue sempre assim,
Pois a perfeição é imutável'
Me despedir sem deixar claro
O quanto eu te adoro
É simplesmente LAMENTÁVEL!"

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