Hoje, ao acordar, me deparei com um solzão de dar inveja me olhando na janela. Daí, eu me senti tão bem. Parecia que este seria o dia mais feliz da minha vida simplesmente porque o sol estava lindo e me olhava com tanta imponência que eu até aceitava me sentir submissa a ele (coisa que não costumo aceitar com tamanha facilidade). Logo me lembrei de um outro dia em que acordei às cinco e meia da manhã. O dia estava chuvoso e, como se pode prever nesses casos, ainda estava tão escuro que mais parecia noite. De repente, meu dia encheu-se de escuridão e me senti gelada. Parecia que meu dia estava gélido e sem salvação, o que fez com que eu me sentisse triste e nebulosa durante todo o dia. Tudo isso por conta da imagem que vi pela minha janela.
Foi, então, que parei para perceber como os seres humanos se preocupam com supostos sinais e simbologias. Se estamos na Primavera, permitimos que nossa vida seja florida e perfumada, mas, se estamos no Outono, nos permitimos desmoronar junto às folhas que caem das árvores. Se abrimos o jornal e lemos no horóscopo que hoje é o dia do azar, caçamos gatos pretos pela rua e até passamos por debaixo das escadas propositalmente, mas, se está escrito que encontraremos o amor de nossas vidas, saimos pelas ruas dando mole para todos os homens que passam e esbarram seus olhares com o nosso.
Até que ponto temos permitido que a sociedade seja quem rege nossas vidas através desses conceitos? Tantos se orgulham em dizer que são os donos de suas vidas, que são bem sucedidos ao cuidar delas, mas se perdem permitindo que o mundo gire em torno de números, da escuridão do dia ou até da página que caiu para hoje naquele livrinho de sábios provérbios.
Acho que não vou mais olhar na janela assim que acordar. Dessa maneira, acabo evitando permitir que meu dia seja aquilo que enxergo no céu. Temos que nos esforçar até o último instante do dia para que este seja florido, ensolarado e feliz. E, se não for, a culpa foi minha. Li isso em uma revista hoje pela manhã. Acho que foi um sinal pra mim.
Nenhum comentário:
Postar um comentário