quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Fazer sentir


Um dia desses, eu pensava a respeito do novo. Refletia sobre meus possíveis passos, meus possíveis caminhos nesse novo ano que se inicia. Ao olhar para trás, vi que 2009 não foi dos anos em que mais me orgulhei de mim e tive a necessidade de que isso fosse diferente no futuro. Nunca tive o costume de fazer aquelas listas de ano novo com tudo aquilo que eu pretenderia realizar, mas é fato que sempre esperei algo dos amanhãs de minha vida.
O que esperar de 2010? Essa era a pergunta que eu deveria ter feito a mim mesma, entretanto, outro questionamento fervilhava em minha mente. O que esperar de mim em 2010?
Um turbilhão de informações surgia. Eu sabia que o mais esperado de mim era concluir com êxito o curso de Letras da Universidade do Estado do Rio de Janeiro, mas não me importava, naquele momento, saber o que os outros esperavam de mim. Eu precisava saber o que eu poderia esperar de mim, o que eu tinha de esperar de mim. Desconhecia qualquer resposta a isso.
Há alguns meses atrás, eu tive a sensação de, talvez, nunca mais ter a chance de ver um grande amigo. Certo dia, durante sua recuperação, perguntei-o como eu poderia ajudá-lo, pois não suportava vê-lo sofrer enquanto eu ficava aqui de braços cruzados. "Ajude-me como puder, mas ajude-me", foi a resposta que ele me deu.
Aquelas palavras, em mim, surtiram o mesmo efeito de uma injeção daquelas bem dolorosas. Foram se espalhando pelos meus sentidos, queimando e mostrando-se imponentes, ao passo que me faziam sentir cada vez mais impotente. Era duro acreditar que um amigo precisasse me pedir que o ajudasse. Por que eu já não estava lá o tempo todo? E como eu poderia ajudá-lo?
Arrumando algumas coisas minhas, encontrei uma antiga agenda onde eu costumava escrever o que sentia e pensava, dia após dia. Folheando-a, deparei-me com relatos de dias de sol e outros nem tanto. Em um desses dias mais nebulosos, encontrei um trecho, que me chamou a atenção, onde dizia: "O que quero é sentir-me amada pelos meus. Seria pedir muito?". Parei. Era isso. A forma com a qual eu poderia ajudar o meu amigo, seria amando-o; mostrando a ele como eu o amava. E isso não implica em, simplesmente, dizer "eu te amo". Implica em fazer o outro sentir.
Nesse mesmo instante, não tive mais dúvidas do que precisava esperar de mim nessa próxima fase da minha vida. Eu estava decidida. Em 2010, eu ia amar. Não ia mais esperar quase perder as pessoas para estar ao lado delas; muito menos iria acreditar que dizer "eu te amo" aos que realmente amo seria suficiente para que eles o soubessem; nem iria mais viver na reciprocidade. Eu ainda não sabia exatamente o que tinha de fazer, mas eu sabia que todas as respostas moravam em algum lugar dentro de mim. Eu não precisava mais dizer, eu precisava fazer sentir. Esse era o grande desafio e eu estava pronta. Não foi à toa que eu sempre soube que nasci para o amor.


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