Eis que um dia fora acordada com a sensação do porvir de um alvorecer para não mais querer sentir.
Tudo o que é machucado tende a manifestar sua dor. Eis que o manifesto está só começando.
A natureza despertou e reclama por carinho.
Coincidência? O homem também.
Água. A que nos mantém vivos.
Água. A que leva consigo os homens.
Estes que tentavam nadar contra a maré enquanto outros já esperavam pelo dia em que um dos quatro elementos passaria e levaria consigo todo o seu sofrimento.
Levaram.
Mas não levaram a dor daqueles que ficam e esperam por sinais. Vida, morte, esperança.
Água, vento e terra.
Levaram a dor de uns, trouxeram dor a muitos outros.
Homem.
Quem chora. Quem morre. Quem grita. Quem reza. Quem perde. Quem pede. Quem planta.
Não ouviu os apelos de uma terra que sempre foi vista em sua superfície e, não, em sua completude.
Terra que foi feliz quando a reconheceram por seus "encantos mil".
Hoje, chora o "coração do meu Brasil"
Pois o que faz dela o que é são aqueles que, vivos, a tornam viva
E que não percebem que a dor de hoje é do povo que não mais tem casa; do que não mais tem família...
Mas também de uma terra que reclama de maus tratos.
Olho para os lados e vejo um Rio atado, que não tem onde desaguar
Desagua em si próprio e pede ajuda
Ajuda pro Rio não secar
De gente, de verde, de ar, de sol, de riso, de paz, de abraço, de fé, de água
Vejo um Rio que pede o olhar
Vejo um Rio de mãos entrelaçadas, encurraladas
E, em meio ao caos, a cena principal
O Redentor a consolar um Rio de lágrimas.
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